Agricultores dizem que tardar das ajudas coloca sector em situação difícil
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) criticou ontem, na Póvoa de Varzim, o facto de haver fundos destinados aos agricultores que não chegam nos prazos estipulados, o que coloca o sector numa situação complicada.
«Há pagamentos feitos aos agricultores que chegam tarde ou a más horas», porque o «Ministério da Agricultura e o Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas (IFAP) não estão a funcionar da melhor maneira», lamentou o presidente da CAP, João Machado.
Os agricultores têm que receber as verbas «o mais rápido possível, à semelhança do que acontece com os colegas dos outros países da União Europeia», exigiu o dirigente, à saída de uma reunião, que decorreu na Póvoa de Varzim, com representantes das associações de Entre Douro e Minho.
Para João Machado, estes atrasos nos pagamentos que se têm verificado «não se podem repetir em 2012, porque a chegada de verbas comunitárias e aprovação de projectos a tempo e horas é agora mais importante que nunca».
A manterem-se estes atrasos, previu, os agricultores «ficam numa situação muito difícil, porque têm compromissos com os seus fornecedores e com a banca e têm que pagar as suas dívidas dentro dos prazos estipulados», lembrou.
Atrasos de «seis meses nesses pagamentos não são aceitáveis, tendo em conta as dificuldades financeiras», acrescentou.
Em relação à verba disponibilizada no Orçamento do Estado para o sector agrícola em 2012, João Machado considera que «salvaguarda o investimento e a criação de novas empresas».
Mas para os agricultores continuarem a investir e a crescer como até agora, têm que ter «crédito bancário facilitado e a preços competitivos, o que não tem acontecido», alertou João Machado.
Ainda assim, o dirigente está a apelar aos dirigentes associativos de todas as regiões do País que «não desistam de continuar no mesmo ritmo de investimento de anos anteriores».
Até porque, justificou, a agricultura portuguesa tem-se «portado bem na situação difícil que o País tem atravessado», tendo sido o sector que «mais emprego líquido tem criado, aumentando, significativamente, as exportações e evitado as importações», concluiu.
fonte:Lusa/SOL